O Departamento de Estado dos EUA mencionou Moraes em uma nota em resposta à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, acusando o ex-presidente de utilizar as instituições brasileiras para silenciar opositores e ameaçar a democracia. Essa utilização de Moraes como um foco da política americana indica uma tentativa de os EUA reafirmarem sua influência em um momento em que sua supremacia global está em questionamento, notadamente pela ascensão de blocos como o BRICS.
Especialistas argumentam que a estratégia dos Estados Unidos de “armamentizar” o dólar, utilizando sanções como uma arma política, pode estar se voltando contra eles próprios. A dependência da moeda como padrão global pode sofrer impactos negativos se for usada de forma excessivamente política, corroendo a base do que torna o dólar forte. A tática de Trump em relação ao Brasil não é uma novidade em termos de imperialismo; pelo contrário, revela um padrão de intervenção que já ocorre há anos na América Latina.
O contraste entre a postura dos EUA e a crescente autonomia e articulação da China no mercado, baseada em comércio e investimentos, é evidente. Enquanto os Estados Unidos se posicionam como “agentes de bullying universal”, a China explora novas oportunidades, deixando os EUA em uma posição defensiva. No Brasil, esse contexto se traduz em uma tentativa de alterar decisões judiciais, refletindo um desejo de impor uma jurisdição que extravase os limites locais.
O ataque a Moraes também sinaliza uma ruptura nas dinâmicas históricas de subserviência entre Brasil e Estados Unidos. Ao tentar moldar o Judiciário brasileiro, os EUA abrem um “laboratório” para futuras intervenções em outros países, mostrando um desejo explícito de alterar a orientação judicial em favor de seus próprios interesses. Essa nova fase da política externa americana, marcada por ações diretas e sem o véu da subserviência, pode ter implicações amplas e duradouras para a soberania nacional e a independência judicial no Brasil e além.