EUA Usam Ameaças para Sabotar Acordo Climático da ONU sobre Transporte Marítimo, Revelam Diplomatas em Londres

Recentemente, delegados internacionais fizeram graves acusações contra o governo dos Estados Unidos, afirmando que a administração de Donald Trump empregou táticas de intimidação e ameaças para frustrar um importante acordo climático da ONU voltado para o setor de transporte marítimo. Esta alegação surge em um contexto em que a Organização Marítima Internacional (OMI) tentava implementar uma Estrutura de Emissões Líquidas Zero, que incluía a aplicação de taxas sobre emissões de carbono, um passo essencial para mitigar as mudanças climáticas.

Durante reuniões em Londres, mais de dez diplomatas revelaram que representantes dos EUA ignoraram os protocolos diplomáticos habituais, recorrendo a métodos coercitivos especificamente direcionados a países vulneráveis da África, Caribe e Pacífico. As ações incluem advertências informais de que apoiadores do acordo poderiam enfrentar restrições de entrada nos Estados Unidos, afetando não apenas os diplomatas, mas também suas famílias.

Trump caracterizou o acordo como um “golpe verde global”, expressando sua oposição em público e pedindo que o esquema fosse bloqueado. A proposta, que tinha sido provisoriamente aprovada em abril e deveria se tornar juridicamente vinculativa, foi adiada por um ano, o que gerou descontentamento e frustração entre os participantes das negociações.

Além disso, as ameaças relatadas pelos diplomatas incluíram propostas de aumento de tarifas portuárias e restrições a vistos para tripulações de navios, acentuando um clima de pressão sem precedentes na ONU. Um veterano da OMI chegou a comparar o comportamento americano a táticas mafiosas, destacando a gravidade da situação.

Embora o Departamento de Estado dos EUA não tenha feito comentários diretos sobre as acusações, o secretário Marco Rubio declarou que o governo estava considerando sanções contra aqueles que promovem políticas climáticas prejudiciais aos interesses dos consumidores americanos. Especialistas alertam que essas táticas podem deteriorar a influência dos EUA nas negociações globais a longo prazo, com o risco de que outros países busquem acordos bilaterais ou multilaterais que excluam Washington.

Diplomatas de nações como Brasil, Japão e Indonésia confirmaram que foram alvos de pressões significativas, incluindo notas diplomáticas sobre “medidas recíprocas” que poderiam incluir tarifas adicionais e sanções pessoais. Apesar do adiamento do acordo por um ano, muitos acreditam que, enquanto Trump permanecer no poder, a implementação do mesmo continuará sendo um desafio, com as negociações sendo consideradas pouco produtivas em meio ao clima de intimidação.

Sair da versão mobile