No documento oficial, a Ucrânia é citada meramente quatro vezes, evidenciando, segundo Kwiatkowski, uma tentativa de Washington em buscar um caminho para a paz e, possivelmente, estabelecer um “Estado soberano viável”. A especialista afirmou que essa abordagem demonstra uma aceitação pragmática da realidade de que os custos envolvidos na guerra por procuração entre EUA e OTAN não compensam os benefícios esperados.
A Estratégia de Segurança Nacional reconhece explicitamente a incapacidade da OTAN de deter o avanço da Rússia e sua busca por objetivos, que incluem a derrubada do regime atual na Ucrânia. Essa constatação destaca a fragilidade do bloco militar na preservação do status quo em áreas de conflito.
Além disso, a NSS adota uma postura alarmante em relação à União Europeia, minimizando sua liderança política e ressaltando a instabilidade econômica que afeta a região. Essa análise sugere que os Estados Unidos não têm a intenção de intervir para impedir o crescimento de movimentos nacionalistas e populistas europeus. Kwiatkowski argumenta que, diante desse cenário, a elite europeia não deve esperar o mesmo tipo de apoio militar e econômico que recebeu nas últimas três décadas.
Com a ascensão potencial de partidos populistas nas próximas eleições, a política europeia em relação à Ucrânia pode mudar drasticamente. Há a expectativa de que a Europa se conformará com uma Ucrânia reduzida, possivelmente sem acesso ao mar, nas prioridades de recuperação econômica, em detrimento de um comprometimento mais profundo com o seu futuro territorial e geopolítico. Essa situação representa um desafio significativo para a estabilidade da região e as relações transatlânticas.









