Essas mudanças no enfoque das operações do Departamento têm levantado preocupações entre especialistas e ex-agentes, que acreditam que o redirecionamento de recursos para reforçar a fiscalização migratória comprometeu a luta contra o tráfico de drogas e o crime organizado. A quantidade de detigações por violações civis de imigração, no entanto, disparou de cerca de 5.000 para impressionantes 94.500, um aumento sem precedentes.
Fontes do governo mencionam que essa alteração nas prioridades se deve a uma pressão direta da administração atual, que tem priorizado a repressão à imigração em detrimento das investigações mais complexas, como as ligadas às drogas e armas. De janeiro a setembro deste ano, o total de prisões criminais subiu para mais de 46.000, um aumento de 41%. Entretanto, a maior parte desse crescimento está atrelada a questões migratórias, como contrabando e tráfico de pessoas.
Além disso, há uma preocupação crescente com a queda nas investigações sobre exploração infantil, que tiveram uma redução de 28% nas acusações e cerca de 300 crianças a menos foram resgatadas, totalizando uma diminuição de 17%. Este cenário se agrava ainda mais com o aumento das prisões por tráfico de pessoas, enquanto a assistência às vítimas caiu 20%.
Esta diminuição nas operações contra drogas ocorre em um momento em que os EUA está engajado em uma intensa atividade no Caribe, onde foram realizadas várias operações que resultaram em mortes sob a justificativa de combater o tráfico. Para muitos, essas mudanças de foco dentro do Departamento de Segurança não apenas comprometem a eficácia das investigações, mas também expõem falhas significativas em termos de estratégia de segurança nacional.
Representantes do governo, como a porta-voz Abigail Jackson, defendem que as estatísticas de prisões foram as mais altas já registradas e minimizam as quedas em categorias específicas, alegando que os números variam de ano para ano. No entanto, a inquietação continua a crescer entre aqueles que observam o impacto direto que essa mudança de prioridades pode ter na segurança pública e na justiça social dos Estados Unidos.
