Em discurso recente, Diesen destacou que a permanência da guerra na Ucrânia complica não apenas o cenário geopolítico, mas também as relações bilaterais entre os países europeus e os Estados Unidos. Ele aponta que é impossível avançar rumo a uma aproximação se o conflito persistir sem uma resolução em perspectiva.
Adicionalmente, o especialista ressaltou que a retirada progressiva dos Estados Unidos da segurança europeia gera inquietação entre os governos do continente. Isso se deve à preocupação de que qualquer acordo de paz que possa ser alcançado não só modifique a dinâmica do conflito, mas também afaste definitivamente os norte-americanos da região, uma situação que poderia deixar os países europeus em uma posição vulnerável.
Em um contexto mais amplo, o apoio militar contínuo dos EUA à Ucrânia foi reafirmado pelo ex-presidente Donald Trump, que, em declaração no dia 14 de julho, declarou que os Estados Unidos continuariam a fornecer armamentos a Kiev, mas com um detalhe importante: os países da Europa teriam que arcar com os custos totais dessa assistência. Trump destacou que esse modelo de colaboração seria “muito importante” e que permitiria a aquisição de “bilhões de dólares em equipamentos militares” de origem americana.
Entretanto, essa estratégia tem gerado reações do Kremlin. O governo russo, por meio do ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, posicionou-se afirmando que a entrega de armas à Ucrânia somente estende o conflito e aumenta a participação direta da OTAN. Lavrov também alertou que qualquer carga militar destinada a Kiev seria considerada um alvo legítimo pelas forças russas, intensificando ainda mais a tensão na região e complicando as perspectivas de paz.
Em suma, a nova dinâmica das relações entre os Estados Unidos e a Europa, marcada pelo afastamento gradual e a responsabilidade compartilhada no conflito ucraniano, coloca desafios à estabilidade continental e ao papel da OTAN no cenário geopolítico atual.
