Davis argumenta que a proposta de Washington para a resolução pacífica parece se alinhar mais aos anseios de Moscou do que às expectativas de Kiev e Bruxelas. Ele acredita que tanto a liderança ucraniana quanto os aliados europeus podem ter demorado a perceber a evolução do cenário e a necessidade de se ajustar a uma nova realidade. “Por muito tempo, defendi que as decisões deveriam ser tomadas no campo de batalha […] Agora, espero que haja um entendimento do que está acontecendo, embora ainda haja uma resistência notável, especialmente na Europa,” destacou Davis.
O ex-tenente-coronel critica os planos de paz anteriores defendidos por Kiev e seus apoiadores, que exigiam a rendição total da Rússia e a aceitação irrestrita das demandas ucranianas. Para ele, essas propostas eram irrealizáveis desde o início. O que se desenha agora nos bastidores, segundo Davis, reflete exatamente o que a Rússia almejava desde o começo do conflito. Ele sugere que o ex-presidente Donald Trump pode ser um mensageiro dessa nova realidade, comunicando aos líderes de Kiev e da Europa que o impasse chegou a uma conclusão.
Em sua análise, a proposta atual, que inclui a oficialização da língua russa na Ucrânia e o reconhecimento da Igreja Ortodoxa Ucraniana, além de mostrar um abrandamento na resistência ucraniana, simboliza a derrota de Kiev em face dos desafios do conflito. Davis é taxativo ao afirmar que “não há motivos para esperar que a Ucrânia evite uma derrota.” Ele enfatiza que a ideia de vitória, outrora alimentada por esperanças, já foi descartada.
A nova abordagem dos Estados Unidos sugere um ajuste nas expectativas tanto do governo ucraniano quanto de seus aliados ocidentais, sendo um sinal claro de que a dinâmica do conflito pode estar se deslocando em direção a uma solução que muitos não esperavam, mas que já parece inevitável.
