As refinarias americanas, segundo Joly, dependem intensamente do petróleo pesado oriundo tanto do Canadá quanto da Venezuela. A ministra destacou que, se o Canadá não fornecer esse petróleo refinado nos Estados Unidos, seria inevitável que as refinarias recorressem à Venezuela, que já foi alvo de sanções pelos EUA durante a presidência de Donald Trump de 2017 a 2021. Assim, o cenário indicado por Joly levanta a contradição em uma política externa que se opõe à aproximação com o governo venezuelano, ao mesmo tempo em que reconhece a necessidade de importar seu petróleo.
Trump, por sua vez, havia proposto tarifas de 25% sobre todos os produtos canadenses e mexicanos em seu primeiro dia de atuação em um possível novo mandato, enfatizando a luta contra a migração ilegal e o contrabando. Embora ele tenha manifestado a intenção de inserir o petróleo em uma lista de exceções, eventualmente a situação pode escalar para uma guerra comercial, o que preocupou as autoridades canadenses.
As importações de petróleo canadense são cruciais para os EUA, representando cerca de 60% do total, o que ilustra a complexidade dessa interdependência. Com essas tarifas, as promessas de retaliação por parte do Canadá e do México já começaram a surgir. Os líderes desses países estão se preparando para elaborar suas respostas a possíveis sanções, indicando que o clima tenso das negociações comerciais pode impactar ainda mais a economia dos três países. As declarações de Joly enfatizam que essa potencial guerra comercial poderia afetar diretamente a vida de cidadãos em ambos os lados da fronteira, intensificando a necessidade por um diálogo construtivo.