EUA mantêm 5 mil soldados na fronteira com o México e planejam aumento para conter migração e combate ao crime organizado na região.

Na última quinta-feira, o general Gregory Guillot, chefe do Comando Norte dos Estados Unidos, anunciou que o país mantém cerca de cinco mil soldados na fronteira com o México e expressou a expectativa de aumentar esse número. Essa ação faz parte de um esforço contínuo para combater a migração ilegal e o tráfico de drogas, temas que têm sido centrais na política dos EUA, especialmente desde a presidência de Donald Trump.

O envio de tropas para a fronteira sul, segundo Guillot, não comprometerá a prontidão militar dos Estados Unidos, nem interferirá nos exercícios militares programados. Essa determinação foi reforçada por Trump logo após seu ingresso na presidência, quando, em uma de suas primeiras medidas, declarou uma emergência nacional na região fronteiriça. No mesmo período, ele ordenou a mobilização de uma força adicional de 1,5 mil homens, direcionados à proteção da fronteira contra a travessia de migrantes e atividades criminosas associadas, como o tráfico de drogas e de pessoas.

Em meio a esse cenário, a relação entre os Estados Unidos e o México se torna ainda mais complexa. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, desafiou as autoridades norte-americanas a combaterem efetivamente o tráfico de drogas e a venda de armas em seu território, enfatizando que a maioria das armas utilizadas por cartéis mexicanos provém dos EUA. Sheinbaum solicita que o governo americano também realizem detenções de criminosos em seu próprio solo, evitando que a venda de entorpecentes e o tráfico de armas afetem ainda mais a segurança no México.

Ela fez uma alusão ao opioide sintético fentanil, que gerou mais de 100 mil mortes por overdose nos Estados Unidos, ressaltando a necessidade de colaboração bilateral para conter o crime organizado em ambas as nações. A presidente mexicana enfatizou que a luta contra o tráfico não deve se restringir ao compartilhamento de informações de inteligência, mas sim envolver ações efetivas nos dois lados da fronteira.

Essas questões, entrelaçadas com as tensões migratórias e de segurança, não apenas refletem desafios internos, mas também destacam a necessidade de um diálogo contínuo e produtivo entre as duas nações para enfrentarem em conjunto as realidades que moldam suas relações.

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