EUA intensificam presença militar no Caribe, e Celso Amorim destaca a necessidade de proteger a América do Sul em meio a tensões com a Venezuela.

Brasil Preocupa-se com a Presença Militar dos EUA e Promove Segurança Regional

Celso Amorim, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, recentemente expressou sua preocupação em relação à crescente mobilização militar dos Estados Unidos nas proximidades da América do Sul. Durante um evento na COP30 em Belém, ele enfatizou a necessidade urgente de os países sul-americanos, especialmente o Brasil, tomarem medidas para salvaguardar a região. “Temos que defender a América do Sul. O Brasil tem fronteiras com dez países do continente. Não se trata de uma questão distante, mas de algo que acontece praticamente em nossa porta”, afirmou Amorim.

Essa declaração surge em um contexto de tensões elevadas entre os EUA e a Venezuela, que alarmam o governo brasileiro. Amorim sublinhou que qualquer conflito na região teria repercussões diretas sobre o Brasil, reforçando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera as manobras militares norte-americanas motivo de grande preocupação. Perguntado sobre o impacto do posicionamento crítico de Lula em relação aos EUA no papel do Brasil como mediador na crise, Amorim destacou que a prioridade é garantir a estabilidade regional, em vez de agradar a potências externas.

Nesta sexta-feira, 7 de novembro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que Lula participará de uma cúpula na Colômbia que reunirá a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia. Essa reunião visa demonstrar solidariedade à Venezuela em meio à escalada das tensões.

Nas últimas semanas, os EUA intensificaram suas operações contra embarcações suspeitas na região, justificando essas ações como parte de uma luta contra o narcotráfico. No entanto, autoridades venezuelanas denunciam que essa retórica é um disfarce para desestabilizar o governo de Nicolás Maduro. Em resposta, Maduro caracterizou os ataques como parte de uma “campanha de agressão fabricada”, alegando que os EUA buscam orquestrar uma nova tentativa de guerra.

Essas operações militares levantam sérias preocupações em relação a possíveis crimes internacionais. Especialistas da ONU alertaram que as ações dos EUA podem representar massacres ilegais realizados sem o devido processo judicial. A Organização das Nações Unidas já indicou que tais operações carecem de investigações que assegurariam a legalidade das ações propostas.

O Brasil, portanto, enfrenta um momento crítico, onde a segurança regional está em jogo, exigindo uma postura firme e diplomática para proteger seus interesses e a estabilidade da América do Sul.

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