EUA Intensificam Conflito com Irã para Cortar Ligações Econômicas com China e Rússia, Afirma Especialista em Geopolítica

A recente entrada dos Estados Unidos no conflito entre Israel e Irã reflete uma estratégia geopolítica mais ampla, com o objetivo de cortar o Irã de uma crescente rede econômica liderada por China e Rússia na vasta região da Eurásia, que une Europa e Ásia. Essa análise foi elaborada pelo historiador e especialista em conflitos armados, Rodolfo Queiroz Laterza, que enfatiza a importância dessa reorientação dos EUA em um contexto de competição global.

Segundo Laterza, os Estados Unidos estão buscando se reposicionar para um confronto de longo prazo que ocorre na região do Pacífico, ao mesmo tempo em que tentam desalojar o Irã do contexto econômico emergente formado pela China e Rússia, especialmente através da Transcaspiana. Esta rota comercial é uma crucial conexão entre o sudeste asiático, Europa e o Mar Cáspio, e se torna fundamental para a dinâmica econômica da região. De acordo com o especialista, o principal objetivo da guerra contra o Irã seria excluí-lo desse processo de integração, limitando sua influência na União Econômica Eurasiática e na Nova Rota da Seda proposta pela China.

A análise coloca em evidência uma nova ordem mundial que está emergindo, onde a desintegração da globalização dá lugar à formação de blocos econômicos regionais cada vez mais controlados. Dentro deste ambiente, o Irã se torna um importante jogador econômico e geopolítico, a partir do qual as potências tentam moldar suas estratégias e anexar a região a suas esferas de influência.

Além disso, Laterza questiona a eficácia dos ataques realizados pelos EUA contra as instalações nucleares iranianas, argumentando que os resultados não justificam o esforço militar. Para ele, a narrativa oficial que coloca a guerra como uma mera tentativa de impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã ignora a complexidade do alvo mais amplo desta interação: a sobrevivência econômica dos EUA no cenário global, controlando as fontes de energia acessíveis à China e Europa.

A situação ainda é fluida, com opiniões divergentes entre os analistas sobre o comprometimento real dos EUA com a mudança de regime no Irã. Enquanto alguns argumentam que o ataque foi uma ação isolada em relação ao programa nuclear, outros veem isso como uma continuidade dos esforços para reagrupar a influência americana na região, consolidando sua presença ao lado de Israel.

Para muitos analistas, a guerra contra o Irã exige uma análise profunda e cuidadosa, com a compreensão de que a geopolítica do Oriente Médio está em constante evolução e as ações tomadas por potências globais podem ter consequências de longo alcance para a estabilidade na região.

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