Anteriormente, a presença de instrutores e equipes de operações especiais norte-americanas em Taiwan não era amplamente divulgada, mantendo os detalhes em segredo. Entretanto, este novo acordo poderá aumentar ainda mais a tensão nas relações entre os EUA e a China, especialmente em um período em que Pequim tem criticado vigorosamente qualquer forma de apoio militar a Taiwan. Os especialistas acreditam que o treinamento pode focar em táticas de combate anfíbio, uma necessidade estratégica dada a geografia da região e a possibilidade de um conflito.
Em dezembro, por exemplo, a China se manifestou contrária ao envio de assistência militar americana a Taiwan, que somou 571,3 milhões de dólares, além da aprovação de vendas de armas no valor de 295 milhões de dólares. Esses episódios têm alimentado as já tensas relações entre Washington e Pequim, cada vez mais polarizadas em torno das questões de segurança na região asiática.
O anúncio do programa de treinamento também representa a primeira vez que um “programa de treinamento especializado” com os EUA é oficialmente proclamado. Tal movimento por parte de Washington pode ser interpretado como um esforço para fortalecer a capacidade militar de Taiwan e prepará-la para eventuais confrontos, uma estratégia que visa não apenas desestimular a China, mas também afirmar a presença americana no Pacífico.
Essa nova fase no relacionamento entre Taiwan e os EUA poderá provocar repercussões significativas, tanto para a segurança da ilha quanto para as dinâmicas geopolíticas que cercam toda a região da Ásia-Pacífico. O cenário continua incerto e cada passo dado por ambos os lados é observado atentamente, dada a complexidade das relações internacionais envolvidas.