EUA impõem tarifas a ilhas australianas desabitadas por pinguins para proteger economia e segurança nacional, provocações nas redes sociais e impacto nas exportações emergem.

O governo dos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, tomou medidas inesperadas ao impor tarifas sobre ilhas australianas desabitadas, como a Ilha Heard e as Ilhas McDonald, localizadas no Pacífico. Essas ilhas, conhecidas por serem povoadas apenas por pinguins, se tornaram o foco de uma polêmica que repercutiu fortemente nas redes sociais, gerando risadas e memes. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, justificou a decisão afirmando que essas medidas são uma tentativa de evitar que outros países utilizem esses territórios como rotas alternativas para a exportação de produtos para os Estados Unidos, particularmente no contexto de uma crescente tensão comercial com a China.

As tarifas impostas variam de 10% a impressionantes 97% e visam conter o que o governo considera brechas “ridículas” no sistema de comércio internacional. Lutnick enfatizou que o presidente está determinado a resolver um déficit comercial alarmante que chega a US$ 1,3 trilhão, um valor que representa aproximadamente R$ 7,5 trilhões. O impacto das novas tarifas não se limita apenas às ilhas desabitadas, mas também afeta áreas habitadas, como as Ilhas Cocos, que têm uma população de cerca de 600 pessoas e dependem das exportações para o mercado americano.

Além dessas, a pequena ilha norueguesa de Jan Mayen, que também não possui uma população residente permanente, foi incluída na lista de locais sujeitos a tarifas. Apenas alguns militares estão presentes na ilha, que, por sua vez, carece de recursos econômicos significativos e é caracterizada por sua aridez e geografia montanhosa.

Durante uma entrevista, Lutnick desconsiderou a volatilidade do mercado gerada pela anúncio das tarifas, denominando essa movimentação como uma questão de segurança nacional. Ele expressou preocupação com a capacidade dos Estados Unidos de sustentar sua própria indústria e infraestrutura, apontando para a necessidade de produção interna de bens críticos, como medicamentos e semicondutores, atualmente fabricados em sua maioria em outros países.

Essa decisão reflete uma estratégia mais ampla da administração Trump de recuar da globalização e priorizar a segurança econômica e industrial do país, enquanto as reações do mercado e da comunidade internacional seguem analisando as consequências dessa abordagem drástica.

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