Segundo a FAA, os voos que operam em altitudes abaixo de 10 mil pés no espaço aéreo haitiano estão interditados. A medida surge após dois ataques aéreos bem documentados que envolveram aeronaves de empresas como Spirit Airlines e JetBlue Airways. Na segunda-feira, durante uma tentativa de pouso em Porto Príncipe, uma aeronave da Spirit Airlines teve que ser redirecionada para a República Dominicana após um ataque a tiros que feriu um membro da tripulação. O voo estava a caminho de um evento significativo: a cerimônia de posse do novo primeiro-ministro, Alix Didier Fils-Aimé.
As ações das gangues no Haiti têm se tornado cada vez mais audaciosas, com os grupos criminosos controlando vastas áreas, o que tem levado a um aumento alarmante nos sequestros e extorsões no país. A Spirit Airlines, em resposta aos eventos, suspendeu suas operações em Porto Príncipe e Cabo Haitiano, enquanto JetBlue e American Airlines também optaram por cancelar temporariamente seus voos para o Haiti, prática que permanecerá em vigor até 2 de dezembro.
No caso da JetBlue, um voo que retornou ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy em Nova York posteriormente revelou que uma bala havia atingido o exterior da aeronave. A empresa está conduzindo uma investigação em colaboração com as autoridades competentes para apurar os fatos.
A crescente crise socioeconômica e política do Haiti tornou-se um agravante para a segurança na região. Desde o assassinato do presidente Jovenel Moise em julho de 2021, a ineficiência do governo em controlar a situação levou as gangues a expandirem suas operações, criando um cenário de instabilidade que preocupa tanto a população local quanto a comunidade internacional. As restrições de voo são um claro reflexo da grave situação que o Haiti enfrenta, e evidenciam o crescente desafio de segurança no país.