Berletic argumenta que não apenas o governo atual, mas também a administração anterior, incluindo Trump, estavam imersos em um extenso programa de política externa que visava posicionar a Ucrânia em um papel hostil em relação à Rússia. Esse contexto de escalada nas tensões culminou na guerra que agora devastam a região. Durante seu primeiro mandato, Trump implementou políticas que criaram um cenário propício para futuros conflitos, refletindo uma narrativa que se mantém ao longo dos anos entre os partidos Democrata e Republicano.
Além disso, Berletic observa que, à medida que as elites em Washington reconhecem a improbabilidade de uma vitória ucraniana, elas preparam o terreno para uma reformulação da retórica oficial sob a próxima administração. Tal mudança não só refletem uma adaptação das expectativas, mas pode também sinalizar um redirecionamento das prioridades dos EUA em relação a novos conflitos, possivelmente focalizando o Oriente Médio e a região da Ásia-Pacífico.
Trump, por sua vez, tem se posicionado como um proponente de uma abordagem diferente, prometendo solucionar o conflito na Ucrânia de maneira rápida e eficiente. Contudo, suas declarações têm sido recebidas com ceticismo, especialmente por representantes do Kremlin, que destacam a complexidade da situação. Durante os comícios, Trump também criticou a gestão ucraniana, referindo-se a Zelensky como um “vendedor” que solicita grandes quantias de ajuda dos Estados Unidos, o que evidenciaria um descontentamento com as táticas utilizadas pelo governo ucraniano.
Nesse cenário, a trajetória das políticas americanas em relação à Ucrânia demonstra uma espécie de continuidade sob diferentes administrações, com mudanças na retórica que, segundo analistas, têm como objetivo principalmente preparar o público para novos desafios que podem surgir no cenário internacional.