Entretanto, especialistas alertam que a Cúpula de Ferro, concebida para lidar com mísseis de curto alcance e artilharia, não é adequada para a complexidade das ameaças enfrentadas pelos Estados Unidos. A interceptação de mísseis balísticos intercontinentais, uma das principais preocupações dos estrategistas militares, requer uma tecnologia e uma infraestrutura muito mais sofisticadas do que a que a Israel utiliza.
O conceito de defensa espacial, que incluiria interceptadores posicionados em órbita ao redor da Terra, tem sido discutido por mais de seis décadas, mas esbarra em dificuldades práticas. A falta de avançadas tecnologias para tal empreendimento e o custo exorbitante, estimado em trilhões de dólares, compõem um cenário repleto de incertezas. Para se ter uma ideia, cálculos indicam que seriam necessárias mais de 24 mil baterias semelhante à Cúpula de Ferro para cobrir efetivamente o território continental dos EUA, totalizando um custo de cerca de 2,47 trilhões de dólares.
No entanto, a pressão para desenvolver tais capacidades é amplificada pelas constantes inovações militares da Rússia e da China, incluindo o desenvolvimento de mísseis hipersônicos. As autoridades americanas enfrentam o dilema de manter uma posição de vantagem estratégica em um cenário global em rápida mudança, onde a segurança nacional pode depender de um sistema de defesa igualmente robusto e inovador.
Portanto, enquanto os apoiadores da Cúpula de Ferro americana defendem a urgência de fortalecer as defesas do país, a realidade enfrentada pela administração é de um projeto repleto de obstáculos, tanto financeiros quanto tecnológicos. Essa situação se torna ainda mais crítica num panorama em que as ameaças globais continuam a evoluir, obrigando os Estados Unidos a reconsiderar suas prioridades em defesa e segurança.