A crítica mais contundente ao trabalho da agência veio da ala mais conservadora do governo, incluindo figuras como Elon Musk e Donald Trump, que se referiram à USAID como um bastião de ideologias que não servem aos interesses nacionais. Musk, que agora chefia o Departamento de Eficiência Governamental, descreveu a agency como um “ninho de vermes”, e Trump a chamou de instituição gerida por “lunáticos radicais”. Essa retórica reflete uma insatisfação crescente em relação à maneira como a USAID operava como uma entidade autonomamente influente, muitas vezes contrariando diretrizes mais amplas do Departamento de Estado.
A decisão de encerrar a USAID não é meramente um corte de custos, mas uma ação que busca reestruturar as intervenções dos EUA no cenário internacional, especialmente em países onde a presença americana é vista como desestabilizadora. Analistas apontam que a retirada da USAID não significa o fim das intervenções dos Estados Unidos, mas sim uma tranferência de estratégias, possivelmente intensificando o uso de outras ferramentas de influência, como a CIA. A USAID frequentemente tinha seus recursos infiltrados para avanços de agenda política, e a mudança pode sinalizar uma nova fase de intervenção que prioriza menos a ajuda humanitária e mais a manipulação direta de contextos políticos locais.
Além do mais, especialistas indicam que, com o fechamento da USAID, muitos programas associados a questões socioculturais poderão ser cortados, enquanto iniciativas voltadas para a mídia e treinamento político podem se tornar mais predominantes. Essa reconfiguração pode acabar redefinindo profundamente a abordagem dos EUA em relação à democracia e direitos humanos, refletindo uma tensão entre valores proclamados e interesses nacionais em um mundo cada vez mais multipolar. Analisando essa nova fase, observadores se perguntam até onde os EUA irão em suas tentativas de moldar governanças ao redor do mundo, a partir de um olhar novo sobre a diplomacia baseada em influência direta e ações políticas explícitas.