Escarrá, especialista em diplomacia estratégica, argumenta que essa reabertura do diálogo pode ter implicações significativas para a estabilidade mundial, especialmente considerando que o cenário global já esteve em alerta máximo devido a tensões políticas e militares. “Até recentemente, parecia que estávamos à beira de uma guerra mundial, com preocupações sobre a escalada do conflito nuclear. Agora, parece que as coisas estão se estabilizando, o que é sem dúvida benéfico para o mundo”, disse a especialista.
Durante as negociações, foi mencionado que as concessões são esperadas de ambas as partes. No entanto, Escarrá aponta que essas concessões não se limitam apenas à situação da Ucrânia, mas podem abranger questões econômicas mais amplas. Ela sugere que o fortalecimento do BRICS e suas negociações em moedas locais poderiam ter um impacto direto no domínio do dólar americano, indicando uma mudança nas dinâmicas de poder econômico.
Além disso, a especialista também notou que a Rússia está criando um novo sistema financeiro, que poderá oferecer alternativas para países que enfrentam sanções dos Estados Unidos. Nesse sentido, a relação entre Moscou e Washington pode ressignificar a postura da União Europeia, que, segundo Escarrá, tem atuado como uma espécie de “satélite” em relação à política externa americana, especialmente sob a administração anterior de Joe Biden.
Por fim, a disposição do atual presidente dos EUA em se sentar para dialogar em termos de igualdade é vista como um sinal de respeito pela Rússia. Essa nova fase de discussões poderá não apenas reconfigurar a arquitetura de segurança global, mas também promover um clima mais pacífico entre duas potências cuja história tem sido marcada por desconfianças e conflitos.