EUA e Israel: A Incondicional Aliança Bipartidária que Alimenta Conflitos no Oriente Médio, Afirmam Analistas em Novo Debate



A relação entre os Estados Unidos e Israel tem sido marcada por um apoio histórico que transcende questões partidárias, especialmente em tempos de conflito. Com a transição do governo democrata de Joe Biden para o potencial retorno do republicano Donald Trump, analistas apontam que, independentemente da administração, o respaldo dos EUA a Israel permanece inalterado e, segundo alguns críticos, até exacerbado.

Marcos Feres, secretário de Comunicação da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e especialista no tema, destaca que o apoio americano a Israel é “incondicional e bipartidário”, com raízes profundas que remetem à autoproclamação de Israel como Estado em 1948. Feres salienta que a rivalidade entre figuras como Biden e Trump durante a campanha presidencial de 2024 refletiu um acirramento na corrida para demonstrar quem seria mais favorável à causa sionista.

Karina Calandrin, professora de Relações Internacionais do Ibmec São Paulo, endossa essa análise ao afirmar que, embora ambas as partes apoiem Israel, os republicanos tendem a adotar uma retórica mais acentuada, enquanto os democratas proporcionam apoio financeiro substancial. O governo de Barack Obama, por exemplo, foi responsável pelo maior financiamento destinado a Israel na história, um acordo que ainda se prolonga e que, segundo Calandrin, demonstra que a assistência financeira dos EUA ao parceiro do Oriente Médio ocorre independentemente de contextos de conflito.

Nesse cenário, Feres observa que a postura dos republicanos, especialmente sob a liderança de Trump, visa intensificar o apoio a Israel, colocando os democratas em uma posição defensiva sobre suas alegações de apoio limitado. Esse contexto leva a uma crítica contundente sobre como, sob o pretexto de apoiar Israel, ambos os partidos dos EUA alimentam uma “grande coalizão do extermínio”, como define Feres, caracterizando o que ele vê como um genocídio em andamento na Faixa de Gaza.

Assim, a análise da dinâmica política revela que, embora existam nuances no apoio entre democratas e republicanos, o compromisso com Israel é um aspecto unificador que integra as políticas externas de ambas as correntes, correlacionando-se com um histórico de intervenções militares e políticas no Oriente Médio. Os desafios que surgem desse apoio são complexos e refletem o papel cada vez mais controverso dos EUA na geopolítica regional, especialmente em um contexto marcado por atos de violência que têm gerado ampla repercussão internacional e críticas crescentes na arena política e social.

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