EUA e China: Disputa Comercial e Diálogo Diplomático
A controvérsia comercial entre os Estados Unidos e a China se intensifica, mas os sinais indicam que ambas as nações estão abertas ao diálogo. Segundo o especialista turco Gokhun Gocmen, essa guerra econômica, embora marcada por uma clara disputa de poder, ainda preserva espaços para negociação. Gocmen destaca que, apesar das posturas firmes de ambas as partes, existe uma disposição mútua para manter os canais de comunicação diplomática abertos, o que pode ser um fator crucial para evitar um agravamento do conflito.
A posição dos líderes das duas potências é um aspecto central desse cenário. O presidente Donald Trump manifestou seu interesse em se reunir com Xi Jinping, o líder chinês, na Coreia do Sul para discutir o que ele descreve como um “acordo comercial justo”. Trump também lançou um ultimato, afirmando que, caso as conversações não avancem, a China poderá enfrentará tarifas que chegam a 155%.
Os últimos desdobramentos mostram a China impondo restrições à exportação de minerais estratégicos, enquanto os EUA já anunciaram tarifas de até 100% sobre produtos chineses a partir do início de novembro. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, sugeriu que essas prerrogativas podem ser adiadas com o objetivo de facilitar a reunião entre os presidentes.
Adicionalmente, Gocmen assinala que a China possui uma gama de instrumentos de pressão estratégica que pode utilizar, como o controle sobre elementos de terras raras e uma significativa participação na produção de insumos farmacêuticos essenciais. A utilização de componentes chineses em praticamente 700 medicamentos que são usados nos Estados Unidos, incluindo tratamentos para o câncer, ressalta a interdependência entre as duas potências.
Embora os desafios sejam evidentes, a iria continuar negociando para evitar um desenlace desfavorável. Ambos os governos parecem conscientes de que um rompimento nas relações comerciais teria repercussões devastadoras para suas economias. Nesse ambiente de incerteza, o diálogo se torna um instrumento vital, bem como a habilidade de cada um dos lados em ajustar suas táticas em resposta às ações do outro.