Nesta segunda-feira (17), a Coreia do Sul confirmou sua decisão de suspender o acesso ao DeepSeek, removendo o aplicativo das versões locais da App Store e Google Play. Autoridades sul-coreanas explicaram que o DeepSeek não atende aos requisitos de privacidade do país, admitindo que a reintegração do aplicativo ao mercado local demandará tempo.
Antes disso, o Ministério do Comércio, Indústria e Energia da Coreia do Sul já havia proibido seus funcionários de utilizar a tecnologia chinesa, justificando preocupações relacionadas à segurança e privacidade.
Nos Estados Unidos, está em análise a implementação de bloqueios federais ao uso do DeepSeek por órgãos governamentais. A NASA e a Marinha dos EUA já tomaram medidas preventivas, proibindo o uso do aplicativo por seus funcionários devido a preocupações éticas e de segurança.
Outros países com laços próximos aos EUA, como Austrália, Taiwan e Itália, também estão considerando restrições ao acesso ao DeepSeek, especialmente para funcionários do governo.
A discussão em torno do DeepSeek destaca uma questão comercial e ideológica de fundo. Segundo Diego Pautasso, doutor em ciência política, a tecnologia disruptiva do DeepSeek desafia o modelo tradicional das grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos, causando impacto em seu modelo de negócios.
A China, ao desenvolver tecnologias como o DeepSeek, faz parte de seu programa de expansão da economia digital, competindo diretamente com as potências ocidentais. A presença de outras empresas chinesas com capacidade similar reforça a ameaça percebida pelo Ocidente em relação à supremacia tecnológica.
A narrativa antichinesa, muitas vezes ideológica, é justificada pelo Ocidente para impor barreiras ao acesso às tecnologias chinesas. No entanto, a China busca afirmar sua posição de autodeterminação e foco em interesses econômicos e de segurança, sem intenções ideológicas externas.
No Brasil, o interesse em desenvolver tecnologias de inteligência artificial é enfatizado, podendo o país se beneficiar do acesso a plataformas como o DeepSeek para acelerar seu desenvolvimento. A estratégia dos EUA para barrar o avanço chinês na tecnologia de inteligência artificial pode não ser eficaz, considerando os antecedentes com a Huawei e semicondutores chineses.
Dessa forma, a corrida tecnológica entre China e Estados Unidos continua a crescer, impactando não apenas decisões comerciais, mas também questões de segurança e privacidade em todo o mundo.
