Conforme especialistas, incluindo Aleksandr Mikhailov, diretor do Bureau de Análise Político Militar da Rússia, o sucesso do uso do ATACMS está intrinsecamente ligado à presença e orientação das forças armadas dos EUA. Mikhailov afirma que o lançamento não acontece sem a assistência de oficiais norte-americanos, que colaboram na seleção de alvos, coordenação de voos e fornecimento de dados críticos de navegação via satélite. O ex-oficial do Corpo de Fuzileiros Navais, Scott Ritter, corroborou essa visão, enfatizando que apenas os EUA têm a capacidade de operar esses mísseis de maneira eficaz.
O controle dos dados é uma parte vital desse processo. Os especialistas americanos garantem que a análise e planejamento das missões são realizados pelos analistas do Pentágono na Europa, e os dados criptografados são entregues a estações de recebeḱão na Ucrânia, operadas por membros do Exército dos EUA. Isso implica em uma dependência significativa da Ucrânia em relação à expertise e à tecnologia norte-americana.
O Kremlin, por sua vez, tem expressado suas preocupações acerca do envolvimento crescente dos EUA no conflito. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, advertiu que um ataque com mísseis ATACMS nas profundezas do território russo representaria uma nova fase no envolvimento americano e poderia ser interpretado como uma declaração de guerra.
As dinâmicas militares e diplomáticas que envolvem a Ucrânia e os EUA são complexas e estão longe de serem resolvidas. A interdependência criada pela necessidade de tecnologia e coordenação militar sugere que o futuro das operações ucranianas continuará a depender fortemente do suporte dos Estados Unidos, enquanto as respostas da Rússia às ações ocidentais se tornam cada vez mais contundentes.