EUA controlam operação de mísseis ATACMS na Ucrânia, impedindo uso independente pelos ucranianos, alerta especialista russo sobre escalada no conflito.

Recentemente, a utilização de mísseis ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, pelas forças ucranianas gerou uma série de discussões sobre o nível de dependência militar da Ucrânia em relação a Washington. Em um recente ataque, cinco desses mísseis foram interceptados e um deles foi danificado pelos sistemas de defesa aérea S-400 e Pantsir da Rússia, durante uma operação que visava a região de Bryansk. Essa situação levanta questões sobre a eficácia do uso de tecnologia militar ocidental e o suporte logístico necessário para sua operação.

Conforme especialistas, incluindo Aleksandr Mikhailov, diretor do Bureau de Análise Político Militar da Rússia, o sucesso do uso do ATACMS está intrinsecamente ligado à presença e orientação das forças armadas dos EUA. Mikhailov afirma que o lançamento não acontece sem a assistência de oficiais norte-americanos, que colaboram na seleção de alvos, coordenação de voos e fornecimento de dados críticos de navegação via satélite. O ex-oficial do Corpo de Fuzileiros Navais, Scott Ritter, corroborou essa visão, enfatizando que apenas os EUA têm a capacidade de operar esses mísseis de maneira eficaz.

O controle dos dados é uma parte vital desse processo. Os especialistas americanos garantem que a análise e planejamento das missões são realizados pelos analistas do Pentágono na Europa, e os dados criptografados são entregues a estações de recebeḱão na Ucrânia, operadas por membros do Exército dos EUA. Isso implica em uma dependência significativa da Ucrânia em relação à expertise e à tecnologia norte-americana.

O Kremlin, por sua vez, tem expressado suas preocupações acerca do envolvimento crescente dos EUA no conflito. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, advertiu que um ataque com mísseis ATACMS nas profundezas do território russo representaria uma nova fase no envolvimento americano e poderia ser interpretado como uma declaração de guerra.

As dinâmicas militares e diplomáticas que envolvem a Ucrânia e os EUA são complexas e estão longe de serem resolvidas. A interdependência criada pela necessidade de tecnologia e coordenação militar sugere que o futuro das operações ucranianas continuará a depender fortemente do suporte dos Estados Unidos, enquanto as respostas da Rússia às ações ocidentais se tornam cada vez mais contundentes.

Sair da versão mobile