EUA continuarão a operar com petróleo e gás da Venezuela, independentemente do resultado das eleições, afirmam especialistas em análise do mercado energético.

As relações entre os Estados Unidos e a Venezuela, marcadas por um histórico de tensões e sanções, continuam a se reconfigurar em um cenário geopolítico complexo. Especialistas afirmam que, independentemente do resultado das próximas eleições na Venezuela, os EUA manterão suas licenças para operações no setor de petróleo e gás do país. Tal decisão reflete a importância estratégica da Venezuela no mercado de combustíveis, especialmente em um momento em que a capacidade produtiva dos Estados Unidos está em declínio.

O cientista político Walter Ortiz destacou que, apesar das sanções norte-americanas, a Venezuela permanece como um fornecedor “seguro e confiável” para os EUA, que estão em busca de alternativas devido ao esgotamento de suas próprias reservas. Ortiz afirmou que as licenças emitidas pelos EUA visam primordialmente atender aos seus próprios interesses estratégicos, e não o bem-estar da população venezuelana.

Um cenário ainda mais sombrio se desenha quando consideramos as consequências das ações econômicas e políticas dos EUA na América Latina. O deputado venezuelano Gilberto Jiménez, membro da Comissão de Política Externa da Assembleia Nacional, alertou que os Estados Unidos operam com base em interesses, não em alianças. O país sul-americano já foi um dos principais fornecedores de petróleo aos EUA, e esse vínculo é considerado essencial, principalmente diante da instabilidade nos mercados globais e das crises de abastecimento.

Recentemente, os EUA prorrogou a licença geral que permite operações em território venezuelano até novembro de 2024. Além disso, empresas como a Chevron possuem permissões específicas que se estendem até 2025. A possibilidade de outras empresas enviarem solicitações para operar na Venezuela, a serem avaliadas individualmente, reforça a ideia de que, apesar das tensões, a dependência mútua entre esses países se mantém.

Diante desse quadro, é evidente que, apesar das críticas e das sanções, a relação entre EUA e Venezuela é guiada por uma lógica pragmática em que os interesses econômicos se sobrepõem a desavenças políticas. O futuro dessa relação, portanto, permanecerá atrelado não apenas a mudanças internas na Venezuela, mas também às condições do mercado de energia global e às necessidades estratégicas dos EUA.

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