Finer destacou a abordagem preferencial do governo dos EUA em buscar um diálogo bilateral com a Rússia para garantir a estabilidade estratégica, ao invés de negociação em um formato trilateral que incluísse a China. Ele argumentou que as diferenças significativas entre os três países em termos de capacidade e doutrinas nucleares dificultam uma conversa conjunta. “Os contextos são muito distintos, e as doutrinas são muito diversas”, afirmou, sugerindo que as discussões bilaterais são vistas como uma estratégia mais viável para alcançar resultados construtivos.
A postura americana é explícita: a continuação do crescimento do arsenal nuclear chinês pode levar a mudanças na postura dos EUA em relação à sua própria capacidade de dissuasão nuclear. Essa percepção de risco, em um cenário global onde a competição por influência e poder militar se intensifica, está moldando as políticas de defesa da administração Biden. Com os Estados Unidos já enfrentando desafios com a Rússia, a possibilidade de um novo front de disputa, agora com a China, adiciona um nível extra de complexidade à diplomacia internacional.
Enquanto isso, a crescente militarização da China e seu compromisso em expandir suas capacidades nucleares geram receios não apenas em Washington, mas também entre aliados na região Ásia-Pacífico. Países como Japão e Coreia do Sul observam atentamente os desdobramentos dessa situação, que poderão impactar suas próprias políticas de segurança e defesa. À medida que a dinâmica global se torna cada vez mais tensa, as potências nucleares são forçadas a reconsiderar suas estratégias e discursos, buscando não apenas manter a credibilidade de suas políticas de dissuasão, mas também evitar um confronto direto que poderia ter consequências catastróficas.