Na última quinta-feira (2), o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, revelou que o governo está focado em fornecer assistência “significativa” aos agricultores afetados pela crise. Um alto funcionário da administração informou que as discussões em curso podem levar a um pacote ainda maior, com estimativas que chegam a US$ 14 bilhões (aproximadamente R$ 75 bilhões). A intenção é utilizar as receitas geradas pelas tarifas para financiar parte desse auxílio nos próximos meses.
O presidente Donald Trump está programado para se reunir com o líder chinês, Xi Jinping, dentro de um mês, e já indicou que a situação dos agricultores será um dos principais tópicos da conversa. Ele fez questão de ressaltar, em suas redes sociais, que não deixará os produtores de soja americanos desamparados: “Nossos agricultores estão sendo prejudicados por causa das negociações. Ganhamos muito dinheiro com tarifas e usaremos uma parte para ajudar nossos agricultores”.
Os desafios enfrentados pelos agricultores estão se tornando cada vez mais evidentes. Uma reportagem publicada em setembro relatou a situação de fazendeiros na Dakota do Norte, que estão lutando para manter seus negócios sem a China, seu principal cliente, que historicamente absorve cerca de 70% da produção de soja do estado. Sem as compras da soja americana, a China tem buscado alternativas, se voltando para fornecedores como a Argentina, que também está estabelecendo acordos financeiros com Washington.
Essas movimentações refletem um cenário complexo e desafiador para o setor agrícola dos EUA, que agora aguarda ansiosamente as decisões do governo e as consequências da negociação com a China. O futuro das commodities alimentares e a segurança da renda dos agricultores dependem, assim, das estratégias que a administração americana decidir adotar.