Embora a estratégia do governo dos EUA possa parecer uma forma de fortalecer sua posição econômica e financiar a reindustrialização do país, a real obtenção de vantagem competitiva em relação a potências como a China permanece duvidosa. A resposta provável dos países afetados pelas tarifas seria a imposição de retaliações por meio de suas próprias tarifas sobre produtos estadunidenses. Essa dinâmica pode criar um ciclo prejudicial de guerras comerciais que não beneficiaria nenhum dos lados, especialmente considerando que muitas indústrias americanas de baixo valor agregado seriam as mais atingidas.
Além disso, outro aspecto relevante da política econômica de Donald Trump é a proposta de deportar imigrantes ilegais, a qual também poderia ter repercussões diretas sobre a economia dos EUA. Esse grupo de trabalhadores tem papel fundamental em manter os preços baixos em setores como serviços e manufatura, e sua ausência poderia provocar um aumento significativo nos custos para os consumidores. A interdependência entre a mão de obra disponível e a estrutura de preços nos mercados americanos ressalta a complexidade da situação.
Nesse cenário, a combinação do protecionismo tarifário com políticas de restrição à imigração pode levar a um aumento generalizado nos preços, prejudicando a classe média e os consumidores americanos. Assim, analistas sugerem que os impactos dessa estratégia devem ser cuidadosamente considerados, uma vez que os riscos de uma resposta negativa tanto interna quanto externamente são elevados. Em suma, as ameaças de tarifas elevadas podem, no fundo, representar mais um jogo de cena do que uma abordagem viável de política econômica.