EUA Alienam Aliados com Tarifas, Enquanto Especialistas Sinalizam que Táticas de Trump Podem Ser Ignoradas Como um Blefe Perigoso.

A atual estratégia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de implementar tarifas e sanções está gerando fricções significativas nas relações com aliados tradicionais. Segundo especialistas, essa abordagem agressiva pode resultar em um efeito contrário, afastando não apenas parceiros, mas também adversários das políticas americanas.

Peter Kuznick, professor de Estudos Nucleares na Universidade Americana em Washington, alerta que países que antes eram vistos como aliados estão se cansando das táticas empregadas por Trump. Ele menciona que muitos podem perceber as ameaças do presidente como um blefe, o que pode desestabilizar ainda mais a posição dos EUA no cenário global. Kuznick enfatiza que as sanções impostas à Rússia, por exemplo, possuem efeitos limitados por si só. No entanto, as consequências podem se agravar ao se considerar as sanções secundárias aplicadas a nações como China, Brasil e Índia, que mantêm relações comerciais com Moscovo.

Recentemente, Trump anunciou que, caso não haja um acordo substancial sobre o conflito na Ucrânia nos próximos 50 dias, ele pretende implementar tarifas secundárias de impressionantes 100% sobre produtos russos. O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, acrescentou que estas tarifas se referem a sanções que, em muitos casos, já estão sendo empregadas. Essa dupla ferramenta—tarifas e sanções—permanece como parte do arsenal de políticas do presidente.

No entanto, a eficácia dessas medidas é questionada por muitos analistas, que temem que a ampliação das sanções possa gerar uma resposta negativa não apenas da Rússia, mas também de outras nações que se sentem ameaçadas. O comportamento cada vez mais errático na política externa dos EUA pode, portanto, estar colocando em risco as alianças formadas ao longo de anos, abrindo espaço para uma reconfiguração das relações internacionais em um cenário já tão complexo.

Diante desse panorama, a questão que fica é até que ponto a postura de Trump pode ser considerada sustentável e eficaz. As alianças estão sendo testadas, e as ações do presidente podem ser vistas como uma estratégia de risco alto que pode não trazer os resultados esperados. Assim, a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos dessa política, na expectativa de que um novo equilíbrio possa emergir.

Sair da versão mobile