Estudo revela que sistema tributário brasileiro penaliza os pobres e favorece os ricos, aprofundando desigualdades sociais e chamando atenção para injustiças fiscais.

Um recente estudo da Oxfam Brasil lança luz sobre as desigualdades do sistema tributário brasileiro, evidenciando a forma como ele penaliza os mais pobres em detrimento dos mais ricos. O relatório indica que os 10% da população que formam a base mais pobre da sociedade destina impressionantes 32% de sua renda ao pagamento de tributos, enquanto a elite, composta por apenas 0,1% da população, arca com apenas 10% de sua renda nessa mesma categoria. Essa discrepância alarmante revela a natureza regressiva do sistema, onde os mais vulneráveis enfrentam uma carga tributária desproporcional.

Além dos dados sobre a carga tributária, o estudo trouxe à tona outras informações relevantes em relação à composição demográfica dos mais ricos e dos isentos do Imposto de Renda. Notavelmente, cerca de 80% dos super-ricos no Brasil são homens brancos, reforçando a intersecção entre riqueza e raça, e o acesso a oportunidades econômicas. Em contrapartida, a análise destaca que entre os contribuintes isentos, ou seja, aqueles que recebem até R$ 5 mil mensais, 44% são pessoas negras e 41% são mulheres. Esses números reforçam a ideia de que a desigualdade não é apenas econômica, mas está também profundamente enraizada em questões raciais e de gênero.

Diante dessa realidade, a Oxfam Brasil clama por uma revisão urgente dos benefícios fiscais concedidos aos mais ricos e sugere a implementação de políticas que busquem uma tributação mais equitativa. A ONG defende que medidas de justiça tributária, que efetivamente reduzam as desiguais cargas impostas sobre os mais pobres, são essenciais para corrigir distorções que perpetuam a pobreza e a exclusão social.

O relatório, apresentado em um evento na Câmara dos Deputados, não apenas traz dados alarmantes, mas também propõe um chamado à ação para que legisladores e a sociedade civil reavaliem a estrutura tributária vigente, com o objetivo de promover uma distribuição mais justa da riqueza no Brasil. A necessidade de transformação nesse sistema é urgente e deve ser encarada como prioridade para a construção de uma sociedade mais equitativa e inclusiva.

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