O etanol está presente na natureza há aproximadamente 100 milhões de anos, quando os frutos açucarados começaram a aparecer e a fermentação se tornou uma parte do ciclo natural, facilitada por leveduras. Essa disponibilidade do álcool em frutos maduros fez com que muitos seres vivos se adaptassem a seu consumo de maneiras variadas, que vão desde a ingestão moderada até a embriaguez. Diferentes espécies mostram comportamentos fascinantes em relação ao álcool: macacos-aranha, por exemplo, são conhecidos por seu gosto por frutos de cajazeira, que contêm entre 1% e 2,5% de álcool. Este comportamento foi registrado na ilha Barro Colorado, no Panamá.
Além disso, algumas aves, como o picoteiro-americano, demonstram um desfecho trágico para seu consumo de álcool. Após ingerir bagas muito maduras da aroeira-vermelha, essas aves podem até colidir contra cercas ao state de embriaguez. Por outro lado, os insetos também apresentam uma relação intrigante com o álcool. As moscas-das-frutas machos, por exemplo, são atraídas pelo etanol em busca de parceiras, mas isso tem um efeito curioso nas fêmeas, que tendem a ser menos exigentes em suas escolhas após a ingestão.
As descobertas desta pesquisa desafiam a visão antropocêntrica de que somente os humanos consomem álcool, destacando uma diversidade de comportamentos entre os seres vivos em relação a essa substância. A evidência de que muitos animais integram o etanol em suas vidas sugere que essa prática faz parte de um comportamento evolutivo mais amplo, marcando a presença do álcool no reino animal de maneira notável. Assim, o estudo expande nossa compreensão sobre o consumo de álcool, mostrando que sua influência se estende por muito mais que a espécie humana, revelando uma conexão natural entre diversos seres vivos.