Tradicionalmente, a questão de como os moai, que podem pesar várias toneladas, foram transportados ao longo da ilha sempre teve um ar de mistério. Analisando cerca de mil estátuas e estudando 62 delas que estão localizadas em antigas estradas, os pesquisadores identificaram características de design que facilitariam seu movimento. Os moais apresentam bases largas em forma de D e são inclinados para a frente, o que permite que sejam balançados de um lado para o outro, imitando um movimento de marcha.
Para validar essa teoria, a equipe de pesquisa conduziu um experimento prático em que uma réplica de 4,35 toneladas foi movimentada por 100 metros em 40 minutos, utilizando apenas cordas e um grupo de 18 pessoas. Esse teste demonstrou que o transporte das estátuas poderia ser realizado de forma eficiente, contornando as limitações que outras teorias apresentavam, como a afirmação de que o terreno e o peso das figuras tornavam a tarefa quase impossível.
Além disso, o estudo sugere que as estradas construídas pelos habitantes da ilha foram projetadas especificamente para suportar o movimento dos moai, apresentando uma largura de cerca de 4,5 metros e um formato côncavo que ajudava a estabilizar as estátuas durante o transporte. Lipo enfatiza que as construções das estátuas e das vias formavam um sistema integrado de monumentalidade, mostrando um planejamento cuidadoso por parte dos antigos habitantes.
Esse novo olhar sobre as técnicas utilizadas na movimentação das estátuas não apenas desafia críticas anteriores, mas também destaca a engenhosidade e os conhecimentos avançados de engenharia que as culturas antigas podiam possuir. Tudo indica que o design dos moais foi desenvolvido para este método de transporte, revelando uma solução eficiente e notável para os desafios enfrentados pelos habitantes da Ilha de Páscoa.