Destaca-se que, entre os produtos analisados, aqueles direcionados ao público infantil também foram encontrados com resíduos de agrotóxicos, evidenciando uma situação ainda mais grave. Esse tipo de contaminação pode trazer sérios riscos à saúde das crianças, que estão em fase de desenvolvimento e são mais vulneráveis a essas substâncias nocivas.
O IDEC já havia realizado duas pesquisas anteriores sobre o mesmo tema, em 2020 e 2021, que também identificaram a presença de agrotóxicos em produtos ultraprocessados consumidos pela população brasileira de forma rotineira. Esses resultados reforçam a necessidade de um maior controle e fiscalização sobre a utilização de agrotóxicos na produção de alimentos industrializados.
Nesta terceira edição do estudo, os 24 produtos foram divididos em oito categorias, abrangendo desde macarrão instantâneo até hambúrguer vegetal. Surpreendentemente, 12 dos produtos analisados apresentaram resíduos de agrotóxicos, o que demonstra uma contaminação generalizada nesse tipo de alimento.
Os biscoitos foram um dos produtos mais afetados, com marcas como Maizena Marilan e Maizena Triunfo contendo até 4 tipos diferentes de agrotóxicos. O teste utilizado pelo IDEC é um dos mais abrangentes disponíveis, com capacidade para detectar resíduos de até 563 agrotóxicos diferentes, o que evidencia a gravidade da situação.
Diante desses resultados, é fundamental que medidas mais rigorosas sejam adotadas para garantir a segurança alimentar e a saúde dos consumidores. A conscientização sobre os riscos da contaminação por agrotóxicos em alimentos ultraprocessados deve ser ampliada, e é papel das autoridades competentes garantir a fiscalização e o cumprimento das normas relacionadas a esse tema tão crucial para a sociedade.