O sildenafil, conhecido por aumentar o fluxo sanguíneo para o pênis e auxiliar na manutenção da ereção em homens, também pode ter um efeito semelhante no cérebro, beneficiando pacientes com demência vascular. Essa condição é causada pela restrição do fluxo sanguíneo para o cérebro e pode resultar em sintomas como confusão, dificuldade de concentração e problemas de equilíbrio.
Para Alastair Webb, neurologista e autor do estudo, os resultados representam uma inovação mundial. Ele afirmou que o sildenafil consegue melhorar o fluxo sanguíneo e a capacidade de resposta dos vasos sanguíneos cerebrais, fatores essenciais ligados aos danos crônicos nos pequenos vasos sanguíneos do cérebro, principal causa de demência vascular.
O estudo envolveu 75 participantes que apresentavam sinais de doença leve a moderada de pequenos vasos, um sinal precoce de demência vascular, após terem sofrido um acidente vascular cerebral leve. Essa descoberta abre caminho para uma nova terapia para pacientes com demência vascular, oferecendo uma potencial solução para uma condição que afeta muitas pessoas ao redor do mundo.
Outros estudos científicos também têm sugerido outros possíveis usos para o sildenafil. Em março passado, pesquisadores da Cleveland Clinic nos Estados Unidos divulgaram um estudo na revista científica Journal of Alzheimer’s Disease que propõe o reposicionamento do sildenafil para o tratamento do Alzheimer. Atualmente, a substância também é utilizada em doses diferentes para tratar a hipertensão arterial pulmonar sob o nome comercial de Revatio.
Os avanços nessa pesquisa oferecem novas perspectivas para o uso do Viagra e do sildenafil, mostrando que esses medicamentos podem ter um impacto positivo não apenas na saúde sexual, mas também na saúde cerebral, abrindo portas para novas possibilidades de tratamento para condições neurodegenerativas.