Segundo Cleusa Ferri, a escolaridade proporciona acesso a atividades estimulantes ao longo da vida, o que contribui para a reserva cognitiva e reduz as chances de desenvolver demência. Além disso, a falta de acesso à educação pode contribuir para outros fatores de risco, como diabetes, hipertensão arterial, sedentarismo e obesidade.
Outro fator mencionado no estudo é o isolamento social, que também pode afetar o desenvolvimento da demência. A falta de estímulo social e familiar na terceira idade pode levar à solidão e agravar o quadro da doença. Portanto, é importante considerar não apenas os aspectos físicos, mas também os sociais na prevenção da demência.
A pesquisa identificou novos fatores de risco modificáveis, como déficit visual e colesterol LDL alto, somando-se aos 14 fatores já conhecidos que podem contribuir para 45% dos casos de demência no mundo. No Brasil, os fatores de risco identificados respondem por 48% dos casos, destacando a necessidade de intervenções mais eficazes no país.
O estudo reforça a mensagem de que a demência não é uma condição inevitável do envelhecimento e que, com intervenções adequadas, é possível prevenir ou retardar seu início, melhorando a qualidade de vida das pessoas vulneráveis. Investir em educação, saúde e igualdade social pode reduzir o impacto da demência nas próximas gerações, destacando a importância de políticas públicas e apoio familiar neste contexto.
Portanto, a pesquisa publicada na The Lancet é um chamado à ação para que o Brasil implemente mudanças que realmente façam diferença no combate à demência e melhore a qualidade de vida das gerações futuras. Está claro que a educação e o apoio social desempenham um papel fundamental na prevenção e no enfrentamento dessa grave doença.