Durante os experimentos realizados, os participantes assistiram a vídeos de diferentes durações e foram observados para verificar como o avanço rápido e a troca constante de vídeos afetava a percepção de tédio. Os resultados apontaram que, mesmo quando os participantes tinham a liberdade de assistir a vídeos de seu interesse, a alternância intensificou o sentimento entediante.
Segundo o psiquiatra Elton Kanomata, do Hospital Israelita Albert Einstein, o hábito de alternar rapidamente entre vídeos curtos pode gerar um ciclo vicioso de busca por estímulos cada vez mais intensos para sentir prazer. Isso pode levar a uma sensibilização do circuito de recompensa do cérebro, resultando em uma sensação de monotonia e falta de interesse por atividades mais profundas e envolventes.
Além disso, Kanomata alerta para o risco à saúde mental que o tédio prolongado pode causar. Ele destaca que o sentimento de tédio pode ser um sinal de alerta para quadros de depressão, ansiedade, TDAH e dependência de tela e jogos. Por isso, é importante buscar hábitos mais saudáveis para evitar a monotonia e o vazio emocional.
Diante dessas descobertas, o psiquiatra ressalta a importância de estimular interações sociais fora das redes sociais e buscar atividades mais profundas e significativas para evitar o tédio. A modificação para hábitos mais saudáveis pode contribuir para uma melhor qualidade de vida e prevenir possíveis problemas de saúde mental.
Portanto, o estudo canadense evidencia a necessidade de repensar o uso excessivo de vídeos curtos nas redes sociais como forma de combater o tédio, incentivando a busca por atividades mais enriquecedoras e satisfatórias para o bem-estar mental.