No entanto, a idade desses jovens universitários – entre 18 e 20 anos – é suficiente para que eles compreendam que tal atitude causaria revolta e indignação. A intenção de chocar foi alcançada, porém, a reação da sociedade não demorou a aparecer. Agora, espera-se que todos eles sejam expulsos de suas respectivas instituições, como consequência natural dessa atitude inapropriada.
O fato de todos esses estudantes serem futuros médicos causa ainda mais perplexidade. Onde está o juramento de Hipócrates nessa conduta moralmente questionável? Esse tipo de comportamento vai contra a ética e responsabilidade que são esperadas daqueles que pretendem trabalhar em uma das profissões mais nobres e respeitadas de nosso país.
Além disso, é importante destacar a escolha desse evento, uma olimpíada escolar inocente, como palco para esse show de exibicionismo. O fato de serem estudantes de Medicina torna essa situação ainda mais grave, pois feriu os olhos de milhares de mulheres presentes no local.
É necessário repensar o conceito de trote nas nossas universidades. Antigamente, tudo se resumia a brincadeiras inofensivas, como receber o “diploma de burro”. Agora, agressões físicas e atitudes imprudentes têm se tornado moda, para satisfação do ego de alguns líderes estudantis que agem de forma anormal.
A simples expulsão dos envolvidos não é suficiente. É preciso responsabilizar não apenas os executores, mas também os mentores e organizadores desse lamentável episódio. A sociedade precisa urgentemente saber em quais laboratórios essas ideias foram engendradas e quem são os verdadeiros responsáveis por esse espetáculo de mau-gosto. O Ministério da Educação também deve se pronunciar sobre essa verdadeira tragédia que ocorreu em São Paulo, a fim de evitar que tais exemplos sejam replicados.
As três universidades envolvidas nesse caso precisam ser chamadas a dar explicações, mesmo que aleguem desconhecimento. É lamentável que fatos como esse ocorram em nosso país, causando constrangimento e vergonha para todos. A sociedade exige respostas rápidas e efetivas para que episódios como esse não se repitam. É hora de repensar a responsabilidade e a formação desses futuros profissionais da saúde.