Relatos indicam que a estudante teria sido assediada pelas forças de segurança da instituição por desrespeitar a obrigatoriedade do véu islâmico, o que teria motivado a sua ação. A Anistia Internacional no Irã se manifestou em defesa da jovem, pedindo sua liberação imediata e denunciando a violência empregada durante sua prisão.
Segundo a entidade, a estudante foi detida de maneira violenta após ter se despiu em protesto contra a aplicação abusiva da lei do hijab. A Anistia Internacional clama por investigações independentes sobre as alegações de espancamento e violência sexual sofridas pela detida e exige punição para os responsáveis.
Apesar das alegações de agressão, o diretor de Relações Públicas da Universidade, Amir Mahjoub, refuta a versão dos fatos. Ele nega que tenha ocorrido confronto com os seguranças da instituição e sugere que a estudante poderia ter transtornos mentais. No entanto, Mahjoub confirma que a jovem foi entregue às autoridades policiais.
A relatora especial da ONU no Irã, Mai Sato, promete acompanhar de perto o desenrolar do caso e a resposta das autoridades iranianas. Nas redes sociais, o protesto da estudante foi reverenciado como um ato de coragem diante da opressão do regime. Personalidades como Narges Mohammadi e a ativista presa há três anos por se opor ao uso do véu também se solidarizaram com a detida.
O caso da estudante detida reflete a intensificação da repressão contra as mulheres no Irã, em um contexto marcado pela morte da estudante Mahsa Amini em setembro de 2022. Mahsa foi símbolo da luta contra a opressão do regime ao ser custodiada pela polícia da moral iraniana devido a uma suposta violação do código de vestimenta.
A prisão da estudante despertou debates acalorados nas redes sociais e coloca em xeque a política de repressão do regime iraniano, despertando a atenção da comunidade internacional para a luta pelos direitos das mulheres no país. Mai Sato e a Anistia Internacional seguem pressionando por justiça e respeito aos direitos humanos no Irã.