Estudante de Arqueologia Descobre Pedra de 1.500 Anos que Pode Revelar Rosto dos Pictos na Escócia, Transformando História Antiga em Nova Realidade

Recentemente, uma notável descoberta arqueológica foi realizada em um antigo forte localizado na região de Fife, Escócia, proporcionando novos insights sobre o enigmático povo picta, que habitou essa área entre os séculos V e VII. A estudante de arqueologia Jodie Allan, da Universidade de Aberdeen, encontrou uma pedra esculpida que, acredita-se, represente um rosto humano datado em torno de 1.500 anos. A revelação foi feita durante uma escavação de verão em East Lomond, e a sua singularidade não passou despercebida.

Inicialmente, a estudante considerou a peça apenas um pedaço de escória, mas a coloração esverdeada chamou sua atenção. Ao apresentar o objeto ao professor Gordon Noble, a reação dele manifestou que se tratava de algo muito mais significativo. “Observando mais de perto, pude ver elementos que sugerem dois olhos, um nariz e até uma linha de cabelo”, relatou Allan, expressando o impacto emocional que essa descoberta gerou nela.

O achado é considerado um marco nas escavações da região, onde já foram evidenciados sinais de um assentamento próspero e estrategicamente posicionado nas fronteiras do antigo reino picta. Entre os artefatos recuperados, destacam-se cerâmicas importadas de Oxfordshire e do norte da França, associadas a elite local. Segundo Joe Fitzpatrick, da Falkland Stewardship Trust, “o número de objetos completos encontrados é incomum para o período picta e sugere que a comunidade era rica e muito influente”.

O professor Gordon Noble enfatizou a rara representação dessa pedra, que se assemelha a figuras humanas em manuscritos antigos. Esse aspecto é particularmente intrigante, uma vez que as representações faciais são quase inexistentes na arte da Escócia medieval. Ele destaca que a imagem parece ser um retrato rudimentar de alguém que viveu naquela época.

Além da pedra, a temporada de escavações de 2025 também revelou um machado de ferro completo e fragmentos de armamentos, reforçando a ideia de que East Lomond era um centro de alto status na antiga sociedade picta. O achado ajuda a desafiar estereótipos que retratam os pictos como guerreiros misteriosos, mostrando que eles também podem ter produzido representações pessoais mais simples, possivelmente para familiares ou membros da comunidade.

Assim, a descoberta da pedra esculpida pode oferecer novas perspectivas sobre a autoimagem e a identidade dos pictos, ajudando a reescrever partes da história antiga da Escócia. Para Jodie Allan, a experiência de segurar um item que pode representar uma pessoa de há mil e quinhentos anos é indescritível e faz com que o passado pareça muito mais próximo e palpável.

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