O objetivo principal desses estrategistas é dar mais emoção à campanha de Massa e ajudar os argentinos a entenderem como funciona o universo digital da extrema direita. Eles baseiam seu conhecimento nas campanhas contra Jair Bolsonaro no Brasil, que é aliado do candidato argentino Javier Milei. Os estrategistas acreditam que um eventual segundo turno entre Massa e Milei pode impedir a ascensão da extrema direita ao poder na Argentina. No entanto, eles também reconhecem que a vitória de Milei no primeiro turno não pode ser descartada.
Para cumprir seus objetivos, os estrategistas brasileiros contam com a colaboração de Esther Solano, doutora em Ciências Sociais e professora do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo. Solano é especialista em política contemporânea e tem um profundo conhecimento da história política brasileira. Ela mantém contato frequente com os enviados do PT e tem contribuído significativamente para a campanha de Massa.
O medo dos enviados do PT é que, em um eventual segundo turno, os votos da candidata opositora Patricia Bullrich migrem em massa para Milei. Essa migração poderia ocorrer já no primeiro turno, caso haja uma migração do voto útil. Os estrategistas brasileiros acreditam que Massa tem uma chance real de vitória no segundo turno, apesar de ser difícil.
Nas últimas semanas, os estrategistas brasileiros têm ajudado os argentinos a entender o universo digital da extrema direita e têm trazido mais emoção para a campanha de Massa. O candidato peronista passou a jogar mais com o medo de Milei, usando argumentos como o risco de ruptura de relações com a China e o Brasil. Além disso, Massa pediu desculpas aos argentinos pela crise e afirmou que assumiu o Ministério da Economia em um momento de crise profunda. Essas estratégias visam se distanciar do governo de Fernández e Cristina, que muitos argentinos consideram como responsáveis pelo colapso econômico do país.
Os enviados do PT afirmam que Massa os recebeu muito bem em Buenos Aires e os ouve com muita atenção. Alguns estrategistas brasileiros que trabalharam em campanhas de Lula e Fernando Haddad começaram a conversar com a equipe de Massa após as Primárias obrigatórias para as eleições presidenciais e legislativas de outubro.
Os brasileiros reconhecem o favoritismo de Milei, mas também acreditam que Massa está melhor posicionado após o susto das Primárias. No entanto, o grande problema do candidato peronista é a economia, com o dólar paralelo superando os 800 pesos e a inflação cada vez mais alta. Apesar das medidas de ajuda social anunciadas por Massa, ele não consegue decolar nas pesquisas devido à crise econômica que assola o país. O PT enfrenta o desafio de apoiar um candidato responsabilizado por esse colapso econômico, depois de décadas de crises na Argentina.