Renan Filho e Arthur Lira têm mais em comum do que aparentam à primeira vista: ambos precisam intensificar a presença em Alagoas para melhorar o posicionamento nas pesquisas e consolidar seus projetos eleitorais. A leitura é compartilhada por aliados e adversários e tem orientado movimentos recentes dos dois grupos políticos.
No campo governista, Renan Filho antecipou a saída do Ministério dos Transportes antes do prazo inicialmente previsto, atendendo a pedidos de deputados e lideranças locais. A estratégia mira o reforço da articulação política no Estado, em especial junto aos prefeitos, que seguem sendo peças-chave na mobilização eleitoral.
Do outro lado, Arthur Lira ampliou a agenda em Alagoas, multiplicou visitas aos municípios e, em alguns casos, retornou às mesmas cidades mais de uma vez. O ex-presidente da Câmara precisa garantir dois fatores centrais: o apoio dos prefeitos — que influenciam diretamente o voto de comissionados e lideranças locais — e a construção de um consenso interno em torno do seu nome dentro do grupo político que lidera.
Nos bastidores, os Calheiros apostam que o prefeito de Maceió, JHC, deve se lançar ao Senado, o que poderia dividir forças e dificultar o caminho de Lira. Já o ex-presidente da Câmara trabalha com o cenário inverso: acredita que JHC pode disputar o Governo de Alagoas, rearranjando o tabuleiro eleitoral.
Quem observa o jogo com mais tranquilidade é o senador Renan Calheiros. Avaliações internas indicam que ele venceria a eleição em praticamente qualquer cenário. Ainda assim, o senador intensificou o diálogo com prefeitos, ciente de que seu capital eleitoral também passa pelo engajamento das estruturas municipais e de lideranças indicadas nos governos locais.
Enquanto as articulações avançam, o governador Paulo Dantas cumpre o acordo político firmado: ampliou as viagens pelo Estado, aumentou o ritmo de inaugurações e reforçou a presença institucional nos municípios, movimento que fortalece alianças com prefeitos, vereadores e lideranças regionais.
Na capital, JHC e o vice Rodrigo Cunha concentram esforços em Maceió, onde mantêm forte exposição política e influência direta sobre os levantamentos eleitorais.
Em meio a esse xadrez, outros personagens aguardam um desfecho crucial: quem serão os segundos nomes que Renan Calheiros e Arthur Lira irão apresentar para compor as chapas na disputa pelo Senado. A definição promete redesenhar alianças e acirrar ainda mais a corrida eleitoral em Alagoas.
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