Karis ressaltou que, apesar das tensões que marcam o cenário internacional, a Rússia continuará sendo um vizinho da Estônia. “O conflito vai acabar, e a Rússia continuará sendo nossa vizinha. Provavelmente, será preciso criar algum nível de confiança no início, com relações diplomáticas”, afirmou. Ele mencionou ainda que, ao longo da história da Europa, conflitos já ocorreram anteriormente, e as nações conseguiram estabelecer laços diplomáticos, alguns dos quais evoluíram para parcerias e alianças.
Além disso, o presidente destacou a necessidade de aumentar os investimentos em defesa. A Estônia planeja destinar 5,4% de seu Produto Interno Bruto (PIB) aos gastos militares até 2026, com um enfoque particular na melhoria da defesa aérea, um reflexo das preocupações com a segurança na região. Essa decisão se alinha ao sentimento crescente entre os países bálticos, que, desde a primavera de 2022, rebaixaram suas relações diplomáticas com a Rússia em resposta à operação militar na Ucrânia.
Recentemente, Estônia, Lituânia, Letônia e Polônia enviaram um pedido à União Europeia para que dobrasse os gastos com defesa, preparando-se para possíveis contingências militares. Atualmente, os gastos militares dos estados-membros da UE estão estimados em cerca de € 326 bilhões, e esse valor precisaria ser significativamente elevado, caso o bloco decida estabelecer uma meta de pelo menos 3% do PIB em defesa.
Esse contexto revela a complexidade das relações geopolíticas na Europa e a necessidade de uma abordagem equilibrada, que considere tanto a segurança regional quanto as interações diplomáticas, mesmo em tempos desafiadores. Os próximos anos serão cruciais para moldar não apenas a política externa da Estônia, mas também a dinâmica das relações na Europa Oriental.