Estado patrocina festas luxuosas enquanto quase atrasa salários: contratos milionários sem licitação chamam atenção para situação de fornecedores e funcionários públicos.



Alagoas, o terceiro estado mais pobre do Brasil, tem chamado a atenção recentemente por estar patrocinando festas de final de ano luxuosas, algumas exclusivas e com ingressos custando quase dois salários mínimos. A situação chama a atenção, principalmente considerando que o governo quase atrasou os salários dos funcionários públicos.

Os eventos estão sendo amplamente divulgados não apenas no Brasil, mas também na Europa, Estados Unidos e China, atraindo pessoas com alto poder aquisitivo. O mais preocupante é que todos os contratos para essas festas foram realizados sem licitação, com processos que tramitaram rapidamente e serão pagos pela Secretaria Estadual de Turismo.

Entre os eventos patrocinados estão o réveillon do Celebration, com ingressos acima de R$ 2 mil e a presença de artistas como Bell Marques, Zé Neto e Cristiano e Calcinha Preta. Além disso, o Festival Mil Sorrisos em Japaratinga e o Réveillon dos Milagres também receberam altos valores de patrocínio.

Enquanto o governo investe em festas luxuosas, fornecedores enfrentam uma onda de calotes há meses, com contratos em atraso. Na semana passada, viaturas das polícias civil e militar locadas pelo Estado foram retiradas das ruas devido a falta de pagamento. A situação se agrava com relatos de empresas que se recusam a prosseguir com obras devido a atrasos nos pagamentos.

Alagoas, segundo dados do IBGE, enfrenta altos índices de pobreza, com 15,57% da população de Maceió considerada pobre e quase 70% dos habitantes de Poço das Trincheiras vivendo esta realidade. Apesar das políticas sociais adotadas, a situação financeira do estado ainda é preocupante.

A situação levanta questionamentos sobre as prioridades do governo e a distribuição de recursos em um estado com tantas necessidades urgentes. Enquanto festas luxuosas são patrocinadas, fornecedores e serviços essenciais sofrem com a falta de pagamento.

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