A ideia inicial, apresentada em maio pelo ex-secretário de Transporte, Washington Reis, visava a um aumento significativo no número de usuários dos modais sobre trilhos. Com a tarifa do metrô, atualmente em R$ 7,90, a expectativa era que o número de passageiros saltasse de 650 mil para 900 mil diários. Já para o trem, a tarifa de R$ 7,60 poderia elevar o fluxo de 358 mil para 600 mil passageiros. Reis previa um impacto financeiro de R$ 500 milhões para os cofres públicos até 2026, recurso que viria do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP).
Em abril, Reis solicitou ao secretário da Casa Civil e ao subsecretário de Comunicação Social e Publicidade a realização de uma campanha chamada “Tarifa RJ”, que destacaria o novo valor mais acessível. Após a aprovação, o orçamento da campanha seria dividido entre quatro agências de publicidade para sua execução. Contudo, este projeto foi suspenso após a nova declaração de Sakalem, que enfatizou a impossibilidade da redução tarifária e acionou a Subsecretaria de Comunicação para tomar as devidas providências.
Apesar de a proposta de redução não ter avançado, o governo do estado reafirmou seu compromisso com a política de diminuição das tarifas de transporte, ressaltando que qualquer mudança deverá respeitar a saúde financeira do estado, que enfrenta uma previsão de déficit orçamentário para 2026. O governo solicitou à Secretaria de Transporte a realização de estudos para viabilizar essa nova tarifa, avaliando os impactos financeiros.
Vale ressaltar que, para este ano, houve redução nas tarifas das barcas, com um acordo entre a Barcas Rio e a Prefeitura de Niterói, onde a linha Charitas teve sua tarifa reduzida de R$ 21 para R$ 7,70, e outras linhas também diminuíram seus valores.
O MetrôRio se posicionou sobre a questão, destacando a importância de uma política tarifária que torne os modais mais acessíveis à população. A empresa lembrou que o Rio de Janeiro possui a tarifa mais alta do país, sem subsídios, e ressaltou que, se existisse uma política semelhante a de outras cidades, a tarifa poderia ficar abaixo de R$ 4,00. A concessionária continuará em diálogo com o governo em busca de soluções que incentivem o uso do transporte público.
