Estado de emergência é declarado em Lima após protestos contra presidente interino do Peru e onda de violência na capital.

Na noite de terça-feira, 21 de outubro, o presidente interino do Peru, José Jerí, anunciou um estado de emergência por 30 dias em Lima, em resposta ao aumento alarmante da criminalidade e da violência na capital. A medida, que teve início à meia-noite do mesmo dia, foi desencadeada pela insatisfação, especialmente entre os jovens da geração Z, que têm se mobilizado em protestos contínuos. Nos últimos dias, a situação se agravou, especialmente após a morte do rapper Trvko, ocorrida durante um desses atos.

Os protestos, predominantemente organizados por jovens através das redes sociais, clamam por soluções efetivas contra a violência urbana, além de demandar a saída de Jerí, o fechamento do Congresso e a convocação de uma assembleia constituinte para a elaboração de uma nova Constituição. Jerí ocupou a presidência interina após o impeachment da ex-presidente Dina Boluarte, que foi destituída por alegações de “incapacidade moral” e corrupção.

Os confrontos que ocorreram na Praça San Martín, um local central na capital peruana, resultaram em momentos dramáticos, incluindo o uso de coquetéis molotov por manifestantes e a réplica policial com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Durante os confrontos, pelo menos 55 policiais e 20 civis foram feridos, e dez pessoas foram detidas.

A morte de Trvko gerou uma onda de indignação na sociedade peruana e aumentou a pressão sobre Jerí, que se pronunciou nas redes sociais desejando forças à família da vítima e prometendo transparência nas investigações dos acontecimentos. A mobilização começou a ganhar força após uma reforma polêmica no sistema de aposentadorias, proposta durante o governo de Boluarte, que exigiria a adesão de todos os cidadãos a um fornecedor de pensões a partir dos 18 anos.

Diante desse clima de tensão e insegurança, Jerí, em seu discurso ao assumir a presidência, declarou uma “guerra” contra as facções criminosas. De apenas 38 anos e oriundo do partido conservador Somos Peru, ele destaca que sua intenção é promover um governo de reconciliação e priorizar a segurança pública. As próximas eleições no país estão agendadas para abril de 2026, e Jerí enfatizou que se compromete a respeitar a soberania do povo ao entregar o poder ao vencedor eleitoral. Assim, os desafios para sua administração se acumulam, em um cenário em que a insatisfação popular e a violência urbana continuam a crescer.

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