O Ministério Público estima um prejuízo de mais de R$ 17 milhões decorrente das atividades ilícitas desse grupo. A denúncia oferecida pelo procurador-geral de Justiça do Espírito Santo, Francisco Martinez Berdeal, aponta 20 investigados, incluindo os juízes Bruno Fritoli Almeida e Maurício Camatta Rangel, como parte da organização criminosa.
Segundo as informações obtidas pela investigação, o esquema contava com a participação de uma empresa especializada no comércio de pedras de granito, usada para simular contratos de compra e venda com valores superfaturados. Em um dos casos, um contrato falso de R$ 10 milhões foi descoberto, mas a execução da dívida foi cancelada após a denúncia do espólio da falecida, vítima da fraude.
O advogado Ricardo Nunes de Souza é apontado como líder do esquema, exercendo o comando da organização criminosa e praticando pessoalmente atos de execução. As práticas fraudulentas incluíam a falsificação de contratos, notas promissórias e documentos de confissão de dívida em nome dos falecidos, visando obter vantagens ilícitas.
O procurador Martinez Berdeal destaca que a organização se utilizava de mecanismos fraudulentos para lavar o dinheiro obtido de forma ilícita, movimentando valores entre os membros da quadrilha. Além disso, a denúncia aponta que os denunciados agiam em diferentes comarcas do estado, como Barra de São Francisco e Ecoporanga, usando o Poder Judiciário como instrumento para simular ações judiciais.
Agora, caberá ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Espírito Santo avaliar se há elementos suficientes para a abertura de uma ação penal contra os acusados. A investigação continua em andamento, e a sociedade aguarda por justiça diante de um dos maiores escândalos envolvendo o sistema judiciário capixaba.