Esquema de corrupção na Rota: PMs cobravam R$ 600 mil para vazar informações do PCC e blindar líderes na zona leste de SP.

Os recentes desdobramentos envolvendo a cooptação de policiais da Rota pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) têm chocado a população de São Paulo. Segundo informações reveladas pela Corregedoria da Polícia Militar (PM), os policiais envolvidos no esquema cobravam uma mensalidade de R$ 600 mil para vazar informações sigilosas e proteger as principais lideranças da facção criminosa na zona leste da cidade.

O esquema criminoso contava com a participação direta de pelo menos seis PMs, sendo comandado por um policial conhecido como “Leão”. Além da mensalidade fixa, os policiais exigiam quantias ainda maiores em situações específicas, como no caso da Operação Sharks, em setembro de 2020, quando solicitaram R$ 5 milhões para facilitar a fuga de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, líder máximo do PCC que estava fora do sistema carcerário na época.

Outro líder da facção, Silvio Luiz Ferreira, o “Cebola”, também teria se beneficiado do esquema ao escapar de uma ação do Ministério Público para prendê-lo durante uma festa de aniversário. O suposto chefe do esquema, identificado como Leão, teria utilizado o dinheiro obtido dessa parceria criminosa para abrir dois estabelecimentos na zona leste em homenagem à Rota, incluindo um restaurante.

A suspeita é de que essa estreita colaboração entre os policiais e o PCC já aconteça desde 2017, mas se intensificou em 2021, com a revelação de detalhes do esquema criminoso durante uma conversa informal de um traficante importante da facção com promotores dentro do batalhão da Rota. Essa situação levanta questionamentos sobre a integridade da atuação da polícia e a possibilidade de corrupção dentro da corporação.

Diante dessas revelações, a cúpula da Rota foi informada sobre o envolvimento de seus policiais com o crime organizado, evidenciando a gravidade da situação e a urgência de medidas para coibir essa prática criminosa. A sociedade paulistana espera que as autoridades competentes investiguem a fundo essas denúncias e tomem as devidas providências para garantir a segurança e a integridade da população.

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