ESPORTE – “Jovem refugiado venezuelano conquista medalha de bronze na estreia das águas abertas nos Jogos da Juventude”

A crise econômica e social que afeta a Venezuela há uma década tem levado milhares de pessoas a deixarem o país em busca de melhores condições de vida. Esse também foi o caso da família de Joan Penaloza, que há oito anos deixou Santa Elena de Uairén, cidade situada na fronteira com o Brasil, e se estabeleceu em Boa Vista. Hoje, aos 16 anos e já com nacionalidade brasileira, Joan desponta como uma das promessas da maratona aquática, esporte tradicional no Brasil.

A maratona aquática é uma das novas modalidades dos Jogos da Juventude deste ano, que terminam neste sábado em Ribeirão Preto, São Paulo. A prova masculina de cinco quilômetros ocorreu na manhã de sexta-feira no Lago do Magic Gardens. Joan liderou a maior parte da prova, mas acabou conquistando a medalha de bronze em uma chegada acirrada decidida nos últimos metros.

Joan relatou que as quatro primeiras voltas foram em um ritmo bom e as últimas quatro foram ainda mais fortes. Seu objetivo era chegar junto com Matheus, o vencedor da prova, e quem sabe até mesmo ganhá-lo. Apesar de não ter conseguido o ouro, Joan ficou satisfeito com seu desempenho e acredita ter chegado mais perto de Matheus do que em outras ocasiões.

Matheus Siniscalchi é um dos principais nomes na maratona aquática juvenil brasileira. Aos 17 anos, o paulista já conquistou três medalhas de ouro na natação durante os Jogos da Juventude em Ribeirão Preto. Além disso, ele ainda busca o topo do pódio no revezamento misto das águas abertas.

Curiosamente, Matheus confessou que não gostava de nadar, mas mesmo assim tem se destacado na modalidade. Ele está se preparando para o Campeonato Sul-Americano juvenil, que será realizado em Santa Fé, Argentina, nos próximos dias.

A disputa feminina da maratona aquática também foi acirrada, com a maranhense Milena Bordalo e a representante do Rio de Janeiro, Ninna Morena, brigando pela liderança desde o início. No final da prova, Ninna conseguiu se distanciar de sua adversária e garantiu a medalha de ouro, deixando Milena com a prata. Maria Paula Esper, da Bahia, completou o pódio.

Observando cada detalhe das jovens promessas das águas abertas na beira da piscina estava Poliana Okimoto, a primeira medalhista olímpica do Brasil na modalidade. Poliana, que se aposentou do esporte, é uma das embaixadoras dos Jogos da Juventude e serve como exemplo para os jovens atletas presentes em Ribeirão Preto.

Poliana ressaltou a importância dos atletas terem consciência de que as grandes referências e ídolos são pessoas de carne e osso. Ela afirmou que se ela e Ana Marcela Cunha conseguiram chegar no topo, os jovens também podem alcançar o sucesso. Poliana destacou que treino, disciplina e dedicação são essenciais para alcançar o sucesso nesse esporte.

A estreia da maratona aquática nos Jogos da Juventude é um marco importante para a modalidade e pode inspirar mais jovens a se interessarem e se destacarem nesse esporte.