Na vibrante manhã no Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, uma prova de resistência e estratégia impressionante se desenrolou. Isaquias, inicialmente posicionado no segundo pelotão, disputava a quarta posição, cerca de um segundo atrás do líder tcheco, Martin Fuksa. Ao atingir a metade da prova, com 500 metros, o brasileiro estava em quinto lugar, mas a partir daí, começou a mostrar sua capacidade de recuperação, característica marcante em sua trajetória.
Nos últimos 250 metros, Isaquias fez uma arrancada espetacular, reduzindo uma diferença de mais de dois segundos para terminar em segundo lugar, com um tempo de 3m44s33, somente atrás de Fuksa, que quebrou a melhor marca olímpica da modalidade, ao registrar 3m43s16. O bronze ficou com Serghei Tarnovschi, da Moldávia, que completou a prova em 3m44s68, mostrando o quão acirrada foi a disputa.
O desempenho surpreendente do canoísta não é inédito. Isaquias já havia conquistado a medalha de ouro no C1 1000m em Tóquio 2020, além de três medalhas na Rio 2016: prata no C1 1000m e no C2 500m, e bronze no C1 200m. Com estas conquistas, ele iguala a marca de Robert Scheidt e Torben Grael, ambos também com cinco medalhas olímpicas, reforçando sua posição como um dos gigantes do esporte brasileiro.
A prova em Paris foi notável não apenas pela vitória de Fuksa mas também pelo desfecho inesperado para alguns dos favoritos. O alemão Sebastian Brendel, conhecido pela sua precisão e resistência, errou na estratégia e acabou exausto, terminando em último. Esse episódio ressalta a complexidade e os desafios das competições, onde cada fração de segundo e cada decisão tática se tornam cruciais.
A história de Isaquias é simbólica e inspiradora. Nascido em Ubaitaba, na Bahia, uma cidade cujo nome em tupi-guarani significa “cidade das canoas”, ele personifica o espírito de superação e destreza. Sua trajetória, marcada por desafios e sucessos, agora se enriquece com mais uma prata olímpica, uma prova de seu talento e dedicação.
Sem dúvida, Isaquias Queiroz permanece como uma figura emblemática do esporte brasileiro, um competidor que supera adversidades e continua a escrever seu nome na história com cada pagaiada determinada. E, com seu histórico impressionante, fica a expectativa de que novas conquistas venham a enriquecer ainda mais seu legado.







