José Maria Marín fez história no futebol brasileiro ao presidir a CBF de 2012 a 2015. Antes de sua ascensão no mundo do esporte, ele teve uma carreira política notável, atuando como vice-governador de São Paulo de 1979 a 1982 e, posteriormente, como governador de 1982 a 1983, em um período em que o Brasil ainda não havia restabelecido as eleições diretas.
No entanto, a trajetória de Marín na CBF não foi isenta de controvérsias. Em maio de 2015, ele foi preso na Suíça, junto a outros dirigentes da FIFA, sob graves suspeitas de corrupção vinculadas à entidade máxima do futebol mundial. Após passar cinco meses encarcerado, foi extraditado para os Estados Unidos, onde pagou fiança de 15 milhões de dólares e foi colocado sob prisão domiciliar em um apartamento em Nova Iorque. Em 2017, a justiça americana o condenou a quatro anos de prisão por crimes como lavagem de dinheiro e fraude bancária, além de sua participação em uma organização criminosa.
Os desdobramentos legais de sua carreira não pararam por aí. Em 2019, o Comitê de Ética da FIFA o considerou culpado por receber propinas, resultando em sua proibição vitalícia de participar de qualquer atividade relacionada ao futebol. Em 2020, após cumprir sua pena nos EUA, Marín retornou ao Brasil.
Sua trajetória à frente da CBF foi marcada também por um episódio controverso durante a cerimônia de premiação da final da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2012, quando ele guardou em seu bolso uma medalha destinada a um jogador do Corinthians, time vencedor da competição. A manchete negativa criou um precedente que o acompanhou durante sua gestão na entidade.
Marín deixa um legado complicado e repleto de sombras, refletindo tanto suas contribuições ao futebol brasileiro quanto a corrupção que manchou seu nome.