Estabelecido sob o Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca (Conape), o novo comitê terá responsabilidades abrangentes, incluindo a articulação de políticas públicas em colaboração com a sociedade civil. De acordo com estimativas, o segmento de pesca amadora e esportiva gera cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos e movimenta mais de R$ 1 bilhão anualmente no Brasil, revelando seu potencial ainda subaproveitado.
A secretária-executiva do Conape, Adriana Toledo, salientou a importância do comitê, que irá trazer maior governança e estabilidade ao setor. Com essa estrutura, espera-se fortalecer o diálogo entre o governo e a sociedade civil, permitindo que as demandas do setor sejam refletidas nas políticas públicas. O presidente do Comitê, Régis Portari, ressaltou que há uma massa considerável de praticantes, com cerca de sete milhões de brasileiros se autodeterminando como pescadores amadores e esportivos.
No que diz respeito à representação feminina, a diretora de Promoção da Igualdade da CBPE, Hellen Pontieri, destacou a necessidade de um ambiente mais inclusivo para as mulheres nesse campo, já que elas ainda são minoria. O “Anzol Rosa”, um evento voltado para pescadoras, é um exemplo de como o setor está se mobilizando para aumentar a participação feminina, reunindo centenas de mulheres em eventos dedicados.
Além disso, a iniciativa é um reflexo do reconhecimento da pesca amadora e esportiva como uma atividade não comercial, caracterizada pelo respeito aos recursos naturais e práticas sustentáveis, como o “pesque e solte”. O Brasil, com sua vasta extensão de águas e ecossistemas ricos, especialmente na Amazônia e no Pantanal, é um dos locais mais procurados para a prática desse esporte.
O comitê também irá promover maiores regulamentações para os diferentes tipos de pesca, assegurando que a pesca esportiva não só respeite a natureza, mas também ofereça oportunidades de crescimento econômico para aqueles que dependem da pesca comercial.
A primeira reunião do Comitê está agendada para ocorrer na próxima semana, em Brasília, e promete ser um marco para discutir os desafios e as oportunidades que o setor enfrenta. A ampla presença de membros de diversos ministérios e representantes da sociedade civil indica uma intenção clara de promover um diálogo construtivo e eficaz em torno da pesca amadora e esportiva no Brasil.