ESPORTE – Boxe Brasileiro Deixa Jogos Olímpicos de Paris sem Medalhas Esperadas e com Apenas um Bronze



A trajetória do Brasil no boxe nos Jogos Olímpicos de Paris chegou ao fim. A última representante brasileira, Jucielen Cerqueira Romeu, disputou a categoria peso-pena, até 57 kg, e enfrentou a turca Esra Yildiz Kahraman em busca de uma vaga na semifinal, mas não conseguiu avançar.

No combate decisivo, a turca levou a melhor no primeiro round, recebendo a aprovação de todos os cinco juízes. No segundo round, Jucielen demonstrou uma recuperação impressionante e conseguiu reverter a desvantagem, com quatro dos cinco árbitros apontando vitória para a brasileira. No entanto, no terceiro e último round, a turca retomou o controle, sendo superior nos golpes e garantindo a vitória com a avaliação favorável de quatro dos cinco juízes, finalizando o combate com um placar de 4 a 1.

“Dei tudo o que podia no ringue. Embora a vitória não tenha vindo, estou satisfeito com meu desempenho. Não vou sair desta Olimpíada com arrependimentos, porque realmente fiz tudo o que estava ao meu alcance. Estou muito feliz por não ter deixado nada para trás. Claro, triste por não ter conquistado a medalha, por ter chegado tão perto. Mas é isso, cabeça erguida. O trabalho continua firme. Tentarei mais um ciclo olímpico e, com sorte, na próxima conseguirei a tão sonhada medalha”, declarou Jucielen, evidenciando a determinação e sentimento de realização.

Com a vitória, Esra Kahraman avançou à semifinal, onde enfrentará Lin Yu-ting, de Taiwan. Lin também enfrentou dificuldades semelhantes às da argelina Imane Khelif, sendo inicialmente reprovada em um teste de gênero realizado pela Associação Internacional de Boxe (IBA), entidade suspensa pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). No entanto, o COI autorizou sua participação, confirmando que ambas atletas atendem aos requisitos médicos necessários para competir.

O boxe brasileiro, que brilhou em Tóquio com um ouro, uma prata e um bronze, tinha altas expectativas para Paris, contando com dez boxeadores classificados entre as 13 categorias olímpicas. No entanto, a performance ficou aquém do esperado. A previsão de, pelo menos, duas medalhas feita pelo técnico-chefe Mateus Alves não se concretizou. O Brasil retornou com apenas um bronze, conquistado por Beatriz Ferreira, atual campeã mundial, na categoria até 60 kg. Beatriz era uma das favoritas ao ouro, mas foi derrotada na semifinal pela irlandesa Kellie Harrington, a mesma adversária que a superou na final de Tóquio.

No restante das categorias, Caroline Almeida (até 50 kg), Tatiana Chagas (até 54 kg), Bárbara Santos (até 66 kg), Michael Trindade (até 51 kg), Luiz “Bolinha” Oliveira (até 57 kg) e Abner Teixeira (acima de 92 kg) foram eliminados em suas lutas de estreia. Além disso, Wanderley Holyfield Pereira (até 80 kg) e Keno Marley (até 92 kg) caíram nas quartas de final.

“O boxe veio com uma expectativa maior do que um bronze. Isso é um fato. A campanha foi abaixo do esperado, especialmente para a equipe masculina, que teve um desempenho fraco no ringue. Não foi o desempenho que mostramos em outros eventos. Como head coach, não posso estar satisfeito com apenas um bronze de uma equipe que tem quatro medalhistas mundiais e oito medalhistas pan-americanos”, analisou Mateus Alves, sugerindo incertezas sobre sua continuidade no comando do boxe brasileiro para o próximo ciclo olímpico, que culminará nos Jogos de Los Angeles.

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