Especialistas ressaltaram a importância de aperfeiçoar os índices de qualidade do setor, como a frequência e a duração das interrupções de energia. Edvaldo Santana, doutor em engenharia de produção e ex-diretor da Aneel, apontou que a Enel em São Paulo cumpriu as metas estabelecidas até 2023, mas a qualidade do serviço ainda é considerada terrível pela média de interrupções anuais. Para ele, o processo de questionamento da concessão é complexo e não deve ser politizado.
O cenário do setor energético no Brasil é desafiador, com diversas distribuidoras enfrentando problemas. A professora Clarice Ferraz destacou que as declarações do ministro representam uma “ameaça vazia” e não atuam efetivamente na resolução dos problemas de distribuição, que também sofrem impactos climáticos. Ela ressaltou a necessidade de investimentos para melhorar a segurança do abastecimento e reformas estruturais no setor.
Por sua vez, Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, criticou a postura política do ministro, apontando que a incerteza gerada pode encarecer o custo de financiamento das empresas e afetar as renovações de concessões. Sales defendeu uma reavaliação dos índices de qualidade pela Aneel e ressaltou a importância de pensar nos custos e benefícios de novos investimentos, como o aterramento da fiação.
Em meio a essas discussões, fica evidente a necessidade de um diálogo mais efetivo entre o governo, as empresas do setor e os órgãos reguladores para garantir um serviço de energia elétrica de qualidade e acessível para a população. A busca por soluções sustentáveis e eficientes é fundamental para promover melhorias significativas no sistema energético brasileiro.










